Se há coisas que João Gobern domina, com pena de mestre, é a música, o
espectáculo, porque ao longo dos tempos de prestigiado jornalista da área da
cultura, algo em via de desaparecimento, se dedicou, a que temos de acrescentar
os programas que fez, faz, na rádio.
Ao longo de 29 capítulos, cada capítulo tem o nome de uma canção, Gobern
disserta sobre a edição de discos em Portugal, do mundo dos concertos, e
observa: «antes, faziam-se concertos para vender discos. Agora,
editam-se discos para conseguir concertos».
Tanta coisa que mudou, ao ponto, como escreve Gobern, referindo-se à situação dos nossos músicos: «eles têm hoje
mais muros para enfrentar do que pontes para aproveitar, quando o salto
tecnológico - dos meios de gravação às possibilidades de distribuição - poderia
sugerir o contrário».
O livrinho, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, tem 155
páginas, lê-se num breve respirar, está dedicado, entre outras gentes, «aos
músicos portugueses, de quem sou fiel seguidor e que tentei acompanhar,
interpretar e divulgar desde 1978. Em especial, a António Variações, Bernardo
Sassetti, Carlos Paião, João Aguardela, José Mário Branco, Sara Tavares e Zé
Pedro: continuando ouvinte atento e convicto, não consigo qualquer abatimento
na dívida, que mantenho para com eles.», vende-se em qualquer
supermercado «Pingo Doce» pelo preço de 4,50 euros.
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