domingo, 1 de junho de 2025

O OUTRO LADO DAS CAPAS


Se há coisas que João Gobern domina, com pena de mestre, é a música, o espectáculo, porque ao longo dos tempos de prestigiado jornalista da área da cultura, algo em via de desaparecimento, se dedicou, a que temos de acrescentar os programas que fez, faz, na rádio.

Ao longo de 29 capítulos, cada capítulo tem o nome de uma canção, Gobern disserta sobre a edição de discos em Portugal, do mundo dos concertos, e observa: «antes, faziam-se concertos para vender discos. Agora, editam-se discos para conseguir concertos».

Tanta coisa que mudou, ao ponto, como escreve Gobern, referindo-se à situação dos nossos músicos: «eles têm hoje mais muros para enfrentar do que pontes para aproveitar, quando o salto tecnológico - dos meios de gravação às possibilidades de distribuição - poderia sugerir o contrário».

O livrinho, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, tem 155 páginas, lê-se num breve respirar, está dedicado, entre outras gentes, «aos músicos portugueses, de quem sou fiel seguidor e que tentei acompanhar, interpretar e divulgar desde 1978. Em especial, a António Variações, Bernardo Sassetti, Carlos Paião, João Aguardela, José Mário Branco, Sara Tavares e Zé Pedro: continuando ouvinte atento e convicto, não consigo qualquer abatimento na dívida, que mantenho para com eles.», vende-se em qualquer supermercado «Pingo Doce» pelo preço de 4,50 euros.

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